Mitroglou e as pistas embaralhadas

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Pouquíssimos jogadores trocariam um lugar no topo da classificação e a oportunidade de disputar as oitavas de final da UEFA Champions League por uma posição na porção inferior da hierarquia, em um clube cujo único objetivo é a luta contra o rebaixamento. Mas Konstantinos Mitroglou não é como todo mundo, e sempre foi difícil prever os passos do atacante grego — principalmente para os zagueiros adversários.

Konstantinos Mitroglou

Artilheiro da liga nacional com 14 gols pelo Olympiacos, que lidera a competição e está invicto há 21 partidas, Mitroglou acaba de assinar contrato com o Fulham, vice-lanterna do Campeonato Inglês. Uma decisão surpreendente quando se leva em conta que o goleador era cobiçado por equipes como Arsenal, Liverpool, Borussia Dortmund, Inter de Milão e Benfica.

Contudo, estar onde menos se espera é um pouco o resumo da vida de Mitroglou. Nascido há 25 anos na cidade de Kavala, no norte da Grécia, ele iniciou a sua trajetória esportiva na Alemanha. "A minha família se mudou para lá quando eu era bem pequeno", contou o ex-jogador de Neukirchen, Duisbourg e Borussia Mönchengladbach em entrevista ao FIFA.com. "Cresci na Alemanha e foi lá que comecei a minha carreira. Guardo ótimas lembranças. A minha família e os meus amigos estão lá. É um país especial para mim, principalmente porque foi onde aprendi a jogar futebol."

Bons hábitos
E o mínimo que se pode dizer é que Mitroglou aprendeu rápido. Aos 11 anos, ele marcou 24 gols em 16 jogos pelo Neukirchen. Mais tarde, no time sub-19 do Mönchengladbach, foram 14 em dez partidas pelo Campeonato Alemão da categoria. Acostumado desde cedo a confundir as estatísticas com mais gols marcados do que jogos disputados, ele manteve os bons hábitos com um início de temporada arrasador em 2013/14, com 14 bolas na rede em 12 compromissos.

Talvez porque, como na infância, Mitroglou se sente em casa no Pireu. "Sou muito feliz no Olympiacos, um clube que significa muito para mim", garantiu ele poucas semanas antes de os gregos aceitarem os irrecusáveis 15 milhões de euros oferecidos pelo Fulham. "Depois de tantos anos, conheço o clube, as pessoas e o time. É como uma família para mim."

No entanto, não foi exatamente como filho pródigo que ele chegou ao Olympiacos, em 2007. Embora finalista do Campeonato Europeu Sub-19 com a seleção grega, Mitroglou precisou se contentar em jogar nos últimos minutos das partidas e com gols esporádicos demais para o seu enorme apetite. "Aquela situação foi bastante difícil de viver, mas me fez trabalhar ainda mais", recorda ele. "Ela me deu a vontade de fazer ainda mais esforços e de progredir a cada dia." A prova são os números registrados nos seis meses que passou no Panionios, em 2010/11, e na temporada que disputou com o Atromitos em 2011/12, com oito e 16 gols respectivamente.

Com a máquina lançada, a força do atacante provocou grandes estragos nas zagas da Grécia e da Europa. Com 1,88 metro de altura e tatuado dos pés à cabeça, sobre a qual costuma esculpir excêntricos penteados, Mitroglou possui o físico de um guerreiro e uma aparência que quase ofusca a sua técnica perfeita. "Ele tem um visual meio pesado, um pouco descontraído, mas é uma impressão enganosa", destaca o zagueiro argelino Carl Medjani, antigo companheiro do atacante grego no Olympiacos. "Ele é capaz de matar com um drible curto ou uma roleta."

Quebra-cabeça grego
De fato, Mitroglou possui um arsenal completo que seduziu os últimos treinadores da seleção grega. O alemão Otto Rehhagel promoveu a estreia dele em 2009, mas não o levou ao Mundial disputado na África do Sul. Já o português Fernando Santos lhe deu uma nova chance fazendo dele a referência do ataque helênico durante as eliminatórias para o Brasil 2014.

E a aposta deu certo, pois Mitroglou marcou três dos quatro gols da Grécia nas duas partidas da repescagem contra a Romênia, saldadas com vitória por 3 a 1 e empate em 1 a 1. No entanto, ele não quer saber de ser promovido a herói. "Somos todos heróis", dispara o tricampeão grego sobre a sua contribuição no torneio classificatório. "Toda a equipe, todo o país, todos os gregos! Somos um grande quebra-cabeça, e eu sou só uma peça."

Modéstia à parte, Mitroglou precisa admitir que a vaga grega lhe deve muito, e que a sua presença no avião para o Brasil está quase assegurada. Contudo, mestre na arte do contrapé, o atacante volta a tentar embaralhar as pistas. "Ainda falta um tempo para a Copa do Mundo", pondera. "Preciso continuar trabalhando, manter esse ritmo e a minha forma. Se tudo der certo, vou tentar atingir os objetivos que estabelecemos."

Fonte: http://pt.fifa.com/

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