José Maria Marin e outros seis dirigentes podem pegar 20 anos de prisão
em virtude de irregularidades em contratos de torneios esportivos na
América do Sul e Central. A informação é do Departamento de Justiça dos
Estados Unidos.
O ex-presidente da CBF está detido em Zurique. A Justiça suíça informou
que os detidos serão extraditados para os Estados Unidos, base da
investigação coordenada pelo FBI. Caso Marin se oponha à extradição,
será aberto um requerimento em que ele terá de permanecer por menos 40
dias na Suíça.
As prisões ocorreram a dois dias da eleição para a presidência da
entidade máxima do futebol. Autoridades suíças - em parceria com a
agência dos EUA - adentraram ao hotel cinco estrelas em Zurique em que
estes cartolas estavam hospedados e fizeram as detenções, de acordo com
nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano.
Segundo o comunicado do Departamento de Justiça, um total de 14 réus
são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras
irregularidades.
"A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica, e que está
enraizada aqui nos Estados Unidos", disse procuradora-geral da Justiça
norte-americana Loretta Lynch.
"Os réus (são acusados) de participação
em um esquema de 24 anos para enriquecer a eles próprios através da
corrupção no futebol internacional."
A investigação aponta suborno de US$ 150 milhões (cerca de US$ 450
milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de
marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos. O esquema
fraudulento existe desde a década de 90, informa a investigação.
"A maioria dos esquemas investigados diz respeito a solicitação e
recebimento de propinas por autoridades do futebol vindas de executivos
de marketing, em conexão com a comercialização de direitos de imagem e
marketing de várias partidas e campeonatos, incluindo as Eliminatórias
da Concacaf, a Copa Ouro da Concacaf, a Liga dos Campeões da Concacaf, a
Copa América da Conmebol, a Copa Libertadores da Conmebol e a Copa do
Brasil, que é organizada pela CBF. Outros esquemas citados dizem
respeito a propinas em conexão com o patrocínio da CBF dado por uma
grande marca de material esportivo, a seleção da sede da Copa de 2010 e a
eleição presidencial da Fifa em 2011", diz a nota do Departamento de
Justiça, claramente citando a Nike.
Os outros dirigentes detidos em Zurique são Jeffrey Webb (presidente da
Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha), Julio
Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel e Eugenio Figueiredo
(ex-presidente da Conmebol). A sede da Concacaf, nos EUA passará pela
execução de um mandado de busca, em Miami.
Além disso, membros do Ministério Público da Suíça recolheram
documentos e dados eletrônicos na sede principal da Fifa, em Zurique.
Além disso, o órgão anunciou que abriu um processo criminal por
suspeitas de gestão desleal e lavagem de dinheiro em relação com a
escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022.
Fonte: UOL Esportes
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